Colunista Sérgio Emilião

Esoterismo ou Superstição

Desde o momento em que o homem passou a procurar suas origens e tentar entender o Universo ao seu redor, que vem se defrontando com objetos de toda natureza que lhe permitam aproximar-se, ou até mesmo comunicar-se com os deuses. Esta verdadeira “corrida” a procura de talismãs, amuletos e afins persiste há milênios, e parece frutificar nos tempos atuais de globalização.Da mesma forma as crenças sobre maus augúrios determinados por certas situações ruins como passar por baixo de escadas, ou cruzar o caminho de um gato preto, se expandem por todo o planeta. Mas afinal, o que é esoterismo e o que é superstição?  
Se analisarmos criteriosamente as crendices populares e suas raízes, sobretudo levando em consideração os aspectos sócio-culturais e econômicos da época de seu surgimento, bem como da própria sociedade que as alimentou, veremos que são quase na sua totalidade repletas de conteúdos didáticos, morais ou éticos; como se tivessem sido criadas com a finalidade específica de direcionar o público alvo para determinados rumos e objetivos. Estas são as superstições.
Um outro grupo bem menor refere-se a eventos que a limitação da mente humana não consegue discernir, adjetivando-as de sobrenaturais e exagerando em seu relato, criando desta maneira fatos verdadeiramente “mágicos”. Isto também é superstição.

O esoterismo é na verdade uma viagem interior e introspectiva às profundezas de nosso ser, ou seja, é uma experiência individual provocada pelo estudo e conhecimento intelectual dos diversos Mistérios Iniciáticos, popularmente chamados de “ocultismo”. Logo, podemos afirmar que o esoterismo é subjetivo e intransferível.

Há ainda quem confunda, por pura ignorância, “ocultismo” com o culto ou conjuração de forças malignas, dando origem a outras superstições.

Porém, temos que levar em conta que todo processo iniciático, sacerdotal ou religioso se utiliza de objetos ritualísticos, que não possuem outra finalidade que não seja a de atrair a atenção, e assim estimular a concentração de seus manipuladores, criando a atmosfera e as condições psíquicas necessárias para o despertar de seu Eu Interior.

Não há registros da utilização pessoal de amuletos ou talismãs por parte de qualquer um dos principais líderes espirituais do planeta, nem Jesus, nem Maomé, nem Moisés ou Buda. No entanto, respeitando-se cada corrente filosófica em si, encontramos diversos objetos para uso litúrgico e ritual, servindo-se na maioria dos casos apenas de seu simbolismo.

Deve-se observar que nenhuma pedra, metal ou objeto possui “poderes mágicos” por si só. Todas estas peças são “instrumentos” que funcionam apenas e de acordo com o conhecimento e a vontade de seu operador, que para eles dirige e concentra suas energias.

Portanto, da próxima vez que você for comprar um “baguá” para pendurar na porta de sua casa, por exemplo, procure saber antes sua origem, história, seu uso litúrgico e suas propriedades para certificar-se de que existe a compatibilidade necessária.

Se os amuletos e talismãs possuíssem poderes próprios, as lojas esotéricas seriam verdadeiros templos sagrados de harmonia, paz e prosperidade.

Sergio Antonio Machado Emilião
M.M.
F R+C

{backbutton}

Loading