2012 e o Fim do Mundo
Nosso pequeno Planeta Azul já viu o anúncio da expiração de seu prazo de validade algumas centenas, ou talvez milhares de vezes, proclamado: Apocalipse, profecias de Nostradamus, textos sagrados, e, atualmente na moda, as profecias Maias que estabelecem o fim dos tempos em 21 de dezembro de 2012, ensejando a publicação de livros e produções cinematográficas.Desde tempos imemoriais a humanidade parece aguardar, ou assumir como futuro inevitável, a ocorrência de um castigo ou punição por conta de seus maus atos que só poupará os merecedores.Foi assim no início da Era Cristã, na virada do primeiro milênio d.C., por quase toda a Idade Média, no ano 2000, e agora na transição da enigmática Era de Aquarius.As religiões divergem, mas não concluem, agarrando-se a seus dogmas e textos sagrados para defender tanto a hipótese positiva quanto a negativa; a ciência apressa-se a proclamar que não há indícios de cataclismos ou de fenômenos naturais que possam extinguir a vida na face da Terra num futuro próximo; as Escolas Iniciáticas e Tradições Esotéricas proclamam a mudança e evolução da humanidade; os ufologistas defendem a tese da interferência de seres extraterrestres para nossa salvação, e os materialistas apostam nas guerras e epidemias para a catástrofe derradeira. Lá no fundo de nossas almas, por mais tímida que possa ser, reside uma dúvida quanto a veracidade destas profecias e apostas.Ao que parece o homem anseia por uma intervenção externa, seja alienígena, sobrenatural, ou divina, para acertar suas contas, expiar seus pecados e proporcionar um recomeço mais confortável e seguro.Apoiando-me nas teses de Carl Jung, penso que vivemos uma crise coletiva de consciência, na qual o homem reconhece tanto suas faltas e erros quanto a sua completa incompetência em reverter a situação e construir um mundo melhor. Neste sentido a humanidade lança de tempos em tempos um pedido de SOS coletivo e global, na esperança de que seres superiores possam ouvir seus lamentos intervir em seu favor e separar o joio do trigo. Passar nossa responsabilidade adiante e para outrem sempre será mais fácil e atraente, mas será correto?A mesma raça que no Livro do Genesis, incentivada pela serpente – “eritis sicuti dii scientes bonum et malum” – arvorou-se a se tornar Deus, recua sempre como uma criança amedrontada e insegura diante de sua imaturidade.Talvez os Maias, cujo desaparecimento continua nos intrigando, tenham apenas encerrado seu calendário em dezembro de 2012 por estarem fugindo de algo. Talvez a transformação da humanidade tão proclamada pelas religiões e Escolas Iniciáticas através dos tempos dependa apenas de nós mesmos. Se realmente somos dotados de Livre Arbítrio cabe a nós, e não a agentes externos, a tarefa de trabalhar e contribuir para a evolução de nosso mundo.Acho realmente que a transformação tão esperada deve ocorrer em nós mesmos, em nosso Eu Interior. Cada uma de nossas atitudes, por menor que seja, interage em nosso meio e no ambiente que frequentamos, e daí reúne-se coletiva e progressivamente em todo o planeta dirigindo-o exatamente para um determinado ponto, que mesmo desapercebidamente foi estabelecido e projetado por nós e por nossa vontade.São os homens que fazem as guerras, que disseminam as pragas, que semeiam o ódio; e não os deuses.Mas, da mesma forma, estes mesmos homens são capazes de semear o Amor e construir positivamente. É uma simples questão de escolha.Assim sendo, por que a partir de amanhã não passamos a cumprimentar aquele vizinho que achamos antipático? Por que não passamos a sorrir com maior frequência? Por que não procuramos ver em nosso próximo alguém com os mesmos anseios que nós?Se os Maias estiverem certos e o mundo se acabar em 2012 não teremos como discutir a fragilidade de meus argumentos, porém, se isto não ocorrer e tivermos praticado os atos do parágrafo anterior durante o tempo de espera, talvez o mundo tenha se tornado um pouco melhor, ou, pelo menos, nossas consciências estarão mais leves.Afinal, por mais que pareça um trocadilho, fazer o Bem não faz mal a ninguém! Sergio Emilião M.M. – FR+R.C {backbutton}
Nada é Por Acaso
É comum ouvirmos, sobretudo os místicos, utilizarem a expressão “nada é por acaso”. Com certeza a primeira idéia que nos vêm à cabeça é a de fatalismo ou de um destino pré-determinado e incapaz de ser modificado. Há lendas, folclores e tradições notáveis sobre o destino dos homens em quase todas as civilizações e culturas, das quais destacamos uma, de origem árabe, que conta que existe um livro oculto numa caverna em meio ao deserto, cuja entrada é guardada por um gênio, e que possui escrito em suas páginas a vida de todos os homens. Assim, quando qualquer infortúnio sucede aos crentes desta lenda eles pronunciam a expressão “maktub”, “estava escrito”, demonstrando um conformismo frente a todo e qualquer revés que a vida apresentar. Isto é fatalismo. Mas não é disso que os místicos falam quando afirmam que “nada é por acaso”. Na verdade o que eles querem dizer é que não existem coincidências, ou seja, não existe o acaso. O verdadeiro místico conhece e sabe que todo o Universo é regido por Leis Cósmicas tão naturais e precisas quanto a lei da gravidade ou qualquer outra lei da física convencional o é para o ser humano menos crédulo. A diferença é que o místico conhece os mecanismos da natureza e sabe aplicar seus princípios no dia a dia. Os místicos sabem que todos os eventos da natureza ocorrem segundo um princípio de causa e efeito. Nada acontece sem ser provocado, nada é obra do acaso, tudo é obra de nosso desejo, nossa vontade e nossa ação. Sem medo de errar podemos afirmar que todos nós vivenciamos pelo menos uma situação em que, por exemplo, pensávamos muito num amigo com quem não falávamos há muito tempo, e num curto espaço de tempo recebíamos notícias dele, um telefonema, ou até mesmo sua visita. Terá sido acaso? Com certeza não. Os místicos sabem que o homem, e só o homem, é capaz de moldar seu próprio destino. O que ocorre é que existem princípios de atração e repulsão, que são comandados por uma energia sutil suscetível aos nossos pensamentos quer estejamos conscientes disso ou não. É claro que aqueles que têm consciência disto, e procuram saber as formas de aplicação dessas “regras” obtém algum tipo de benefício a seu favor, ou o que é muito mais comum, a favor de outrem. Mas mesmo aqueles que sequer ouviram falar destes princípios são “afetados” pelos efeitos dessas “regras”, e às vezes se surpreendem com “coincidências” quase que fantásticas. Atualmente, este assunto vêm sendo amplamente abordado em livros como “O Segredo”, e por mais rebuscadas que possam ser essas abordagens, o princípio é bem simples: positivo atrai positivo e negativo atrai negativo. O homem pode e deve sonhar. Um dia o homem sonhou conquistar os mares e inventou os navios, sonhou voar e inventou o avião. Tudo o que mais quisermos com certeza estará ao nosso alcance, basta querermos. Afinal, também já ouvimos dizer que “a fé remove montanhas”. Enfim, nada está predestinado, o futuro depende de nossos passos no presente. O Criador, em sua imensa sabedoria e Amor, nos presenteou com a maior dádiva conhecida: o livre arbítrio. Não somos fantoches do destino. Portanto, da próxima vez que você exclamar: ”- nada é por acaso”, lembre-se que de alguma maneira você concorreu para que isto, seja lá o que for, acontecesse. {backbutton}
Alquimia Interior
Quando ouvimos falar em alquimistas logo nos vem à mente a imagem de personagens misteriosos, cercados de potes, caldeirões, poções mágicas, livros estranhos, possuídos pela obsessão de descobrir o “elixir da vida eterna”, e de transmutar qualquer metal em ouro, utilizando para isto um ingrediente secreto e que somente eles conhecem denominado “Pedra Filosofal”.Também é comum imaginarmos os alquimistas sendo perseguidos religiosamente e queimados vivos como bruxos, porém, se deixarmos o folclore e as superstições de lado, veremos que eles deixaram um importante legado para a humanidade. É evidente, aliás, como em qualquer ramo de atividade humana, que existiram os charlatães e os aproveitadores da boa fé alheia, mas entendemos que isto são seja suficiente para invalidar suas pesquisas, afinal Nicolas Flamel, Paracelso, e Jacob Boehme, dentre outros, são exemplos disto. Os alquimistas podem ser considerados como “proto-químicos” pelo seu estudo das propriedades dos elementos e substâncias, ou como “pré-cientistas” pelo desenvolvimento do método de trabalho em laboratório, e isto é inegável. A etimologia da palavra alquimia é incerta, sendo que a maioria absoluta das correntes credita o verbete à expressão árabe “al kimiya”. Boa parte dos autores a traduz como “a química”, muito provavelmente pelas razões mencionadas anteriormente, nós, porém, preferimos adotar a tradução mais direta e menos “ocidental”, que nos dá o significado de “arte mágica da Terra Negra”. Esta é uma referência ao norte do Egito e ao Delta do Nilo – basta lembrar que os egípcios eram peritos no manuseio dos metais, e que conheciam os “poderes mágicos” de determinadas ligas metálicas.Os verdadeiros alquimistas eram na realidade místicos que registravam metodicamente – e às vezes de forma cifrada – os resultados de seus estudos e pesquisas da natureza, do Universo e das Leis Cósmicas. E já que estamos falando de alquimia, não podemos deixar de fora a máxima atribuída a Hermes Trimegisto em sua célebre Tábua de Esmeraldas: “o que está em cima é como o que está em baixo”. Talvez este seja o maior legado deixado pelos alquimistas, e que na maioria das vezes não nos damos conta – o corpo humano é o microcosmo, retrato exato do macrocosmo com todas as suas Leis e princípios. Temos dentro de nós mesmos o laboratório mais perfeito que qualquer alquimista jamais imaginou, e ainda mais, sob nosso inteiro comando! Possuímos uma “bomba” que é capaz de proporcionar pressurizações fantásticas, alternadas, e até controladas; temos “filtros” capazes de separar gases com uma eficiência inigualável; possuímos uma rede de “vasos comunicantes” que opera sem necessitar do auxílio da força da gravidade; somos dotados de verdadeiras “usinas de energia” nas mitocôndrias; produzimos correntes e pulsos elétricos tão precisos e exatos que nos fazem capazes de mover todo nosso corpo. Isto sem falarmos nos sais minerais, metais e demais elementos de nosso corpo. Talvez seja interessante perdermos algum tempo conhecendo mais nosso corpo e ampliando esta lista de analogias. Depois disto, como exercício seguinte, tente imaginar que uma parte de sua mente, que você sequer tem o trabalho de instruir, é responsável pelo funcionamento de todo este sistema. Será que você também é capaz de controlá-la?Vislumbrar estas situações nos dias de hoje é muito fácil com toda tecnologia que dispomos, mas não na época dos alquimistas. Será que eles sabiam disto? Podemos até não ter certeza, mas afirmamos sem medo de errar que eles sabiam que algum princípio divino, senão a própria divindade, estava presente em todos estes processos. Toda manifestação neste plano de existência é dual, portanto é muito importante conhecer tanto seus atributos físicos, quanto seus atributos espirituais. O Verdadeiro místico dá ao seu bem estar físico a mesma importância que destina ao seu desenvolvimento espiritual. Como se fosse um alquimista ele cuida de seu corpo físico procurando mantê-lo sadio e em perfeito funcionamento. Isto se consegue através da respiração, da alimentação, de exercícios físicos, da higiene, e, principalmente, de pensamentos construtivos e de uma mente equilibrada. Há diversas correntes filosóficas que ensinam métodos para alcançarmos o equilíbrio entre o corpo e a Alma, você pode pesquisá-las facilmente e encontrar aquela que mais se adapta às suas convicções. Siga sua “intuição”, isto normalmente provoca resultados surpreendentes. Pensemos a respeito disso: hoje, antes de dormir, perca uns minutos fazendo algumas reflexões: você tem se comportado como um alquimista em relação a você mesmo? Como tem tratado seu corpo? Seus pensamentos têm sido construtivos?Temos certeza que depois disto você vai querer purificar seu “laboratório” para tornar-se perfeito. Quem sabe a “Pedra Filosofal” tão almejada pelos alquimistas não é também o caminho da interiorização e da busca da perfeição espiritual para a correta compreensão da imortalidade da Alma? {backbutton}
Esoterismo ou Superstição
Desde o momento em que o homem passou a procurar suas origens e tentar entender o Universo ao seu redor, que vem se defrontando com objetos de toda natureza que lhe permitam aproximar-se, ou até mesmo comunicar-se com os deuses. Esta verdadeira “corrida” a procura de talismãs, amuletos e afins persiste há milênios, e parece frutificar nos tempos atuais de globalização.Da mesma forma as crenças sobre maus augúrios determinados por certas situações ruins como passar por baixo de escadas, ou cruzar o caminho de um gato preto, se expandem por todo o planeta. Mas afinal, o que é esoterismo e o que é superstição? Se analisarmos criteriosamente as crendices populares e suas raízes, sobretudo levando em consideração os aspectos sócio-culturais e econômicos da época de seu surgimento, bem como da própria sociedade que as alimentou, veremos que são quase na sua totalidade repletas de conteúdos didáticos, morais ou éticos; como se tivessem sido criadas com a finalidade específica de direcionar o público alvo para determinados rumos e objetivos. Estas são as superstições.Um outro grupo bem menor refere-se a eventos que a limitação da mente humana não consegue discernir, adjetivando-as de sobrenaturais e exagerando em seu relato, criando desta maneira fatos verdadeiramente “mágicos”. Isto também é superstição. O esoterismo é na verdade uma viagem interior e introspectiva às profundezas de nosso ser, ou seja, é uma experiência individual provocada pelo estudo e conhecimento intelectual dos diversos Mistérios Iniciáticos, popularmente chamados de “ocultismo”. Logo, podemos afirmar que o esoterismo é subjetivo e intransferível. Há ainda quem confunda, por pura ignorância, “ocultismo” com o culto ou conjuração de forças malignas, dando origem a outras superstições. Porém, temos que levar em conta que todo processo iniciático, sacerdotal ou religioso se utiliza de objetos ritualísticos, que não possuem outra finalidade que não seja a de atrair a atenção, e assim estimular a concentração de seus manipuladores, criando a atmosfera e as condições psíquicas necessárias para o despertar de seu Eu Interior. Não há registros da utilização pessoal de amuletos ou talismãs por parte de qualquer um dos principais líderes espirituais do planeta, nem Jesus, nem Maomé, nem Moisés ou Buda. No entanto, respeitando-se cada corrente filosófica em si, encontramos diversos objetos para uso litúrgico e ritual, servindo-se na maioria dos casos apenas de seu simbolismo. Deve-se observar que nenhuma pedra, metal ou objeto possui “poderes mágicos” por si só. Todas estas peças são “instrumentos” que funcionam apenas e de acordo com o conhecimento e a vontade de seu operador, que para eles dirige e concentra suas energias. Portanto, da próxima vez que você for comprar um “baguá” para pendurar na porta de sua casa, por exemplo, procure saber antes sua origem, história, seu uso litúrgico e suas propriedades para certificar-se de que existe a compatibilidade necessária. Se os amuletos e talismãs possuíssem poderes próprios, as lojas esotéricas seriam verdadeiros templos sagrados de harmonia, paz e prosperidade. Sergio Antonio Machado EmiliãoM.M.F R+C {backbutton}
O Medo
De todos os sentimentos que acometem o ser humano, talvez o medo seja o único comum a todos. O medo sempre esteve e estará presente em nossas vidas, desde a mais tenra idade, até nossa maturidade e velhice. Temos medo do perigo; do escuro; da solidão; da morte e do desconhecido…O medo do perigo despertou o instinto de sobrevivência, e fez o homem se adaptar ao meio ambiente e preservar sua espécie. O medo dos fenômenos naturais fez o homem estudar e desenvolver as ciências e o seu conhecimento sobre o mundo exterior. O medo da solidão o fez desenvolver os meios de comunicação, e possibilitou sua organização em sociedade. O medo da morte inspirou a medicina, a cura das doenças, e a busca pela longevidade. E o medo do desconhecido o fez procurar a Deus.Por tudo isso podemos afirmar, sem “medo” de errar, que o medo é instintivo, primal e necessário.E do quê é feito o medo? O medo é feito da ignorância do próprio Eu. O medo pode se manifestar de infinitas maneiras, mas sua origem será sempre uma só: o desconhecimento sobre nós mesmos.O homem ainda não se apercebeu de que o medo pode ser seu “maior inimigo”, ou o seu “fiel aliado”. Os grandes feitos da humanidade e a própria evolução da civilização passaram, em algum momento, pela barreira do medo. Em contrapartida, todas as guerras, injustiças e episódios funestos da história trilharam o mesmo caminho.O homem corajoso não está isento do medo. Ele apenas o domina. E não devemos confundir o corajoso com o destemido, pois o primeiro conhece e tira vantagens de suas limitações; enquanto o segundo ignora o medo, e neste raciocínio torna-se incapaz de distinguir entre o bem e o mal. O medo não deve nunca ser ignorado ou menosprezado, sentir medo não significa ser fraco.Todo místico sabe que explorar o medo é uma das portas, senão a principal, para atingirmos o autoconhecimento. O autoconhecimento e o autodomínio são as únicas condições que tornam o homem pleno e invencível.Por isso é tão importante conhecer e explorar todos e cada um de nossos medos. É necessário entender que além do medo ser uma parte integrante de nosso ser, é também a mola que nos impulsionará em direção à nossa evolução material e espiritual. O “segredo” para isso é muito simples: interiorizar-se, através da concentração e meditação, sempre e o mais profundo que conseguirmos, e seguir ao pé da letra a advertência do oráculo de Delfos – Conhece-te a ti mesmo – e aí encontraremos a serenidade necessária para enfrentar qualquer problema.Quanto mais nos conhecermos, mais conheceremos o Universo. Esta equação é infalível e imutável.O medo compreendido, aceito e dominado torna-se liberdade. O medo negado, rejeitado e ignorado transforma-se em culpa. A escolha é apenas sua. Sergio Antonio Machado EmiliãoMestre MaçomF R+C {backbutton}
Polaridades
Freqüentemente ouvimos, ou mesmo usamos expressões como: “fulano tem muita energia positiva!”, ou ainda: “este lugar está cheio de energia negativa!”, atribuindo sensações de mau ou bem estar a estes fatos. Mas… será que estas afirmações são corretas?Quando usamos os termos “positivo” e “negativo” estamos nos referindo a “polaridades”, que foram assim batizadas em função de suas cargas elétricas, por sua vez classificadas em função da direção do movimento dos elétrons em torno dos átomos.Ora, uma bateria elétrica, ou uma pilha comum de lanterna, que é de visualização mais fácil, possui ambas as polaridades: a negativa (-); e a positiva (+), e o desequilíbrio entre estas, ou seja, a predominância de determinada polaridade sobre outra não faz a pilha ser “boa” ou “ruim”, exceto pelo fato dela apresentar mau funcionamento. Uma pilha repleta de energia (carga elétrica) positiva não é o modelo ideal, e nem a situação oposta. Isto ocorre justamente porque para seu correto funcionamento é necessário existir “equilíbrio”, ou “harmonia” entre as polaridades.Uma pedra em queda livre não possui consciência de que irá ferir alguém que se coloque em seu trajeto, e nem pode evitá-lo, apenas prossegue seu movimento em consonância com as Leis da Física.Isto prova que não devemos nos esquecer que os conceitos de “bem” e “mal” foram criados e instituídos pelo homem, e não pela natureza ou pela Divindade.Da mesma forma que nas pilhas, o corpo humano necessita para seu perfeito funcionamento das duas polaridades em quantidades equilibradas, por isso é errado afirmarmos que as polaridades (energias?) são boas ou ruins.A ciência, desde Einsten até o atual estágio da física quântica, vem comprovando o que os místicos já sabem há milênios – todas as manifestações do Universo são formas de energia. E estas, por sua vez, se alternam entre as duas polaridades, de acordo com certas circunstâncias.As diversas religiões e Escolas Iniciáticas e de Mistérios vêm, através dos séculos, oferecendo aos homens fórmulas e métodos dos mais variados para que se possa identificar corretamente as formas de energia e utilizá-las de forma construtiva e criativa a seu favor, e você pode se aprofundar em qualquer uma dessas correntes de pensamento para sua maior informação. Porém, não é necessário que você seja um “Iniciado” ou religioso dedicado para usufruir desses benefícios.Deus, em sua infinita sabedoria criou as Leis Cósmicas e Universais de maneira impessoal, imparcial e acessível a todos e a qualquer um. Afinal, somos todos iguais perante o Criador.A “receita” para isto é muito simples: basta que você cultive pensamentos construtivos, de amor e de harmonia, que o “Universo” se encarregará por sua conta, mesmo sem o seu conhecimento, de atrair as polaridades e as energias de que você necessita, diariamente. E não custa nada você experimentar, por certo irá se surpreender com os resultados obtidos.As energias não possuem Consciência. Esta sim é uma dádiva exclusiva dos homens. As energias e polaridades não podem atuar por vontade própria, causando conseqüências construtivas ou destrutivas, mas o homem pode direcioná-las para seus objetivos.Por isso não devemos nos preocupar com as supostas “intenções” das energias, mas sim nos harmonizarmos interiormente para que seus efeitos, sejam elas de qualquer natureza e polaridade, se tornem benéficos e construtivos. Sergio Antonio Machado EmiliãoMestre MaçomF R+C {backbutton}
A Percepção de Deus
Há milênios atrás, na Pré-História, quando o homem abandona a solidão da caverna e dá início a seu convívio social em grupos, inicia sua trajetória em busca da compreensão do mundo que o cerca e de si mesmo. Neste momento aprende sobre suas limitações físicas, sobre a dor, a fome, o frio; e também sobre os demais seres vivos que o rodeiam, sobre os vegetais, os minerais e, por último, sobre os elementos e fenômenos da natureza. É neste instante, e muito provavelmente em virtude de sua incapacidade de dominar os fenômenos naturais, ou sequer compreendê-los, que o homem se indaga sobre sua origem e a de todas as coisas, atribuindo suas existências e eventos a um ou mais seres superiores e inatingíveis, a quem chama de Deus. Ao longo dos séculos, diversas religiões e correntes filosóficas buscam incessantemente traduzir para os homens a essência da Divindade e sua manifesta existência, dando-lhe nomes e atributos inerentes a cada cultura e civilização em particular.Antagonicamente, a ciência trava uma batalha igualmente incansável no sentido de demonstrar que a vida e o Universo são o resultado da simples aplicação de leis físicas, químicas e biológicas, Com efeito, se analisarmos os fatos , mesmo à luz de qualquer princípio místico, veremos que esta é uma afirmação correta, ao menos em sua manifestação no plano material da existência. No entanto teremos igual certeza de que tais leis e princípios não foram produzidos pelo homem, nem tampouco fruto do mero acaso, muito embora tenha sido capaz de compreendê-los e enunciá-los. Isto é o que busca o místico: a percepção de Deus. É correto afirmar que há uma Divindade em nosso interior, porém, a grande maioria das pessoas pensa no Criador de todas as coisas como um Ser externo ou uma energia externa pairando no Universo. É verdade que Deus, o Princípio Criador da vida e do Universo está presente em todas as partes de Sua Criação, porém nossa percepção de Deus é uma experiência interior somente atingida pela elevação da consciência. É comum a idéia de que a compreensão da natureza de Deus pode ser adquirida através do estudo. Contudo, a percepção de Deus só pode ser alcançada vivendo-se a experiência mística de uma busca individual e íntima Dele e do significado da vida. Por isso os Rosacruzes, com propriedade, chamam esse Princípio Criador de “Deus de meu entendimento”. Se estamos em busca de Deus, devemos ter a firme convicção da existência de um Supremo Ser Espiritual e assumir a missão de viver de modo a nos tornarmos dignos de merecer o privilégio da vida. Podemos iniciar nossas atividades diárias com uma pequena meditação e um agradecimento pelo que já recebemos e pelas oportunidades que ainda teremos. Fazendo isso proporcionamos os meios para que nossa Essência Divina Interior se manifeste um pouco e cada vez mais em nossas personalidades. As práticas místicas proporcionam uma maior harmonização do homem com o Deus que existe no interior de si mesmo, fazendo a perfeição da alma humana, reflexo da Alma Divina, brilhar através do corpo material e irradiar sua Luz para todos em sua volta. Sergio Antonio Machado EmiliãoMestre Maçome Frater Rosa Cruz
A Vaidade
Quem assistiu ao filme Advogado do Diabo há que se lembrar da cena final, na qual a personagem interpretada por Al Pacino, que é o próprio diabo se volta para a câmera e diz: A vaidade é meu pecado favorito! Poucas vezes temos a oportunidade de ver citações de igual profundidade em filmes desenvolvidos para o mero entretenimento. Com efeito, se deixarmos de lado o controverso conceito de pecado, e refletirmos um pouco sobre a vaidade, verificaremos, como no filme, que esta é uma das características que mais obstruem a evolução do ser humano. A vaidade é a exacerbação do amor próprio, uma supervalorização do ego, faz o indivíduo se julgar superior a tudo e a todos. Se expressa de diversas maneiras: fisicamente, nas vestimentas, socialmente e até intelectualmente. A pessoa vaidosa nada aprende, pois pretensamente acha que ninguém é mais belo, mais bem posicionado ou mais sábio. E com esta atitude apenas individualiza sua personalidade, e não evolui. O verdadeiro místico sabe que vencer suas vaidades é subir um degrau na sua evolução. Todos nós devemos nos preocupar com a aparência, é claro, mas não devemos nos exibir ou nos sentirmos superiores em nenhuma circunstância. O primeiro passo na senda mística é exatamente a negação do ego, por isso o místico se expressa na primeira pessoa do plural, e não o faz por uma simples questão de retórica. Ele sabe que é o que é devido à humanidade como um todo, e ao Criador. Afinal somos todos iguais perante Ele, porque possuímos Sua essência. O imenso perigo oculto por trás da vaidade é a distorção do verdadeiro Amor, que enraíza-se em nós mesmos dificultando a observação do mundo exterior. A própria palavra vaidade deriva do latim “vanus” que significa “vazio”. E é isto mesmo, toda pessoa vaidosa preocupa-se mais com seu lado exterior que com o interior, e desta desarmonia surgem vários infortúnios, quase sempre acompanhados da ambição. Há quem retruque, e diga que a individualização da personalidade é o caminho natural a ser trilhado por quem almeja a perfeição. Mas não é disto que estamos falando. Será que existe alguma ambição maior do que a do bem servir? Haverá maior ambição do que a de realizarmos as coisas para as quais Deus nos deu capacidade e habilidade? Poderemos alcançar maior perfeição do que aquela que nos capacite a espargir Luz em nosso meio? Não está mais próximo da perfeição aquele que, até o fim de sua vida, manteve ou reteve as qualidades e atributos perfeitos que nele foram insuflados pelo Criador no seu nascimento? Pode a obra de Deus ser aperfeiçoada pelo homem, ou será esta tentativa um indício de vaidade e presunção? A resposta cabe a cada um de nós. Além do mais, a personalidade é a expressão de alguém na vida. Não a forma do seu corpo, suas feições, a qualidade de sua roupa, nem os seus bens terrenos, mas seu caráter, sua Luz, conforme ela brilha e se manifesta no corpo e através dele. Essa personalidade não é algo que possamos individualizar, mas algo que pode ser levado a se manifestar ao máximo que lhe é possível, de maneira que a divindade que existe no interior de cada um de nós possa se revelar em todo seu esplendor. Não como uma individualidade isolada ou separada, mas como um lampejo divino, uma radiação da Mente de Deus. Regozijem-se os humildes, pois no que se refere ao corpo não são as características individuais que contam; alegrem-se ainda pelo fato de que aquilo que neles é real, que tem que fazer, e que tem que dar e oferecer em serviço, é uma parte do Todo, uma parte inseparável, pequena e temporariamente em seu corpo, que não pertence ao corpo nem a eles mesmos, mas que está sendo utilizada como um instrumento. Tudo que podemos fazer é preservar este instrumento e mantê-lo harmonizado com o Poder Infinito, que é indivisível. A propósito, para quem não assistiu ao filme, é uma boa dica. Sérgio Antonio Machado Emilião M.M. F R+C {backbutton}
Amor Linguagem Universal
Noutro dia, numa roda de amigos alguém perguntou: “como é mesmo aquela música do Renato Russo que diz – Ainda que eu falasse a língua dos homens, e falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria?” Seguindo a conversa, ficamos surpresos, a princípio, em verificar que a pessoa não havia sido capaz de relacionar a letra desta estrofe da música com a Primeira Epístola aos Coríntios de Paulo de Tarso, um dos principais, senão o principal, difusor da Fé Cristã no século I. Neste texto do Evangelho, capítulo 13, versículo 1, Paulo de Tarso prega em Corinto, uma das mais florescentes cidades gregas da antigüidade clássica, sobre a suprema excelência do Amor. Em seguida nos demos conta, mais uma vez, que o Criador em sua incomensurável sabedoria, e porque não dizer Amor, nos deu outra prova de sua presença mesmo nos atos mais simples, e nós, em nossa vã ignorância e prepotência intelectual, insistimos em não reconhecer de plano. Paulo de Tarso dizia naquela ocasião: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor seria como o metal que soa ou como o cimbalo que retine.” Com efeito, se nossa matéria não estivesse impregnada de Amor seriamos como simples objetos emitentes de sons, pois não teríamos Alma, a “anima” dos gregos. Nossa Alma, que nos anima, é exatamente a centelha Divina, emanada de Deus, que nos habita e preenche de Amor. E reparem bem, Paulo de Tarso fala nas línguas dos homens e dos anjos. Será que ele quis dizer com isso que o Amor é a língua de Deus? É claro que não falamos aqui do amor passional, carnal e humano, mas sim do Amor sublime, insondável e inefável que se faz presente em toda manifestação do Universo. Falamos do Amor que nos concede cada nascer e pôr do sol; que nos brinda com a exuberância da natureza; que nos emociona com um simples sorriso de uma criança. Falamos do Amor que independe de reciprocidade para existir, que se basta por si só, que nos envolve com tanta alegria e tranqüilidade quando o percebemos, que nos proporciona a sensação de bem estar e Paz Profunda. Falamos do Amor que impulsiona os cientistas e filósofos a tentar traduzir as Leis Cósmicas para uma linguagem acessível a nossa limitada mente. Falamos do Amor que nos outorgou a maior dádiva que um ser vivente pode possuir: o Livre Arbítrio. Amor que é tão infinito e sábio que sequer se importa nas vezes em que duvidamos de sua existência. Este Amor é indestrutível e eterno. O verdadeiro místico sabe que o Amor é a maior das “magias”, e que nenhum “feitiço” ou “encantamento” pode derrotá-lo, ou mesmo lhe atingir. O Amor é um verdadeiro “escudo místico”. Sem dúvida, o Amor é a Linguagem Universal, pois não necessita de sequer uma palavra para se manifestar e ser sentido, e da mesma forma faz uso de todos os alfabetos, letras e línguas conhecidas para que possamos, amorosamente, tentar compreendê-lo. Este Amor não precisa de gestos, pois se manifesta plenamente através de nossa Aura e do simples olhar (não dizem que os olhos são o espelho da Alma?). Por vezes podemos senti-lo até nos animais. Por isso tudo não havia razão para ficarmos surpresos. O Amor, mais uma vez, é que está certo, pois as palavras da canção não são de Paulo de Tarso, o Amor apenas fez dele seu arauto. Assim como ocorreu séculos depois com Renato Russo, que fez da música o instrumento para revelá-lo a uma platéia que talvez nunca tenha lido o Evangelho, nem por curiosidade… Mas mesmo assim o Amor se fez presente e encheu a canção com sua mensagem. O texto da epístola, ainda que possivelmente distorcido por séculos de traduções, mantém sua essência, e pode ser facilmente encontrado em qualquer edição do Evangelho, ou na própria internet. Vale a pena perder, ou ganhar, alguns minutos lendo sua mensagem, independentemente de sua fé ou crença religiosa, pois estas são criações dos homens, mas a Sabedoria que leva à Verdade é um dom Divino. Como complemento você pode procurar identificá-lo nos textos das Escrituras Sagradas de outras correntes filosóficas, temos certeza que ele lá estará também. À propósito, a música se chama “Monte Castelo”, e foi gravada pelo grupo “Legião Urbana” numa coletânea denominada “As Quatro Estações” em 1989, e além de trechos de Paulo de Tarso tem também a colaboração de Luís de Camões. Também vale a pena perder, ou como dissemos antes, ganhar um tempinho para ouvi-la. Tomara, a exemplo da súplica de outro cristão: Francisco de Assis, que o Amor faça de cada um de nós, e a cada dia, um de seus arautos. Sérgio Antonio Machado EmiliãoMestre Maçom e Frater R+C {backbutton}